sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

tenho a nítida impressão de que sou parte pútrida de um parto ...

um feto, inquieto nascituro, gestado no ventre de toda ignorância ...

por entre lábios-vulva-mundo,
                                                    tenho contemplado a vida em toda sua extensão cruel
...
tento interpretar todo esse desencantamento mórbido para além das teorias físicas, matemáticas, filosóficas, sociológicas, metafísicas...

...
interpretar não com os olhos de doutores e seus rechonchudos vãos currículos, mas com o olhar de um menino mal educado...

sei, serei parido e abandonado neste chão e-mundo, maternidade caótica de uma surreal dimensão...

colho os dessabores dessas incertezas várias que me atraem para o inevitável  desconhecido...

imerso em uma mar de imbecilidade, tomo consciência de mim, das finitudes do existir, e me arrebento na atmosfera carregada de insensibilidades ...

e assim...

morrendo, vou nascendo.

chg



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