domingo, 27 de janeiro de 2013
CÓPULA NO LEITO FRIO SEDA ANIL
finalmente, veio . .
. veio visitar-me, a Noite
, com sua velha veste anil,
e vestiu meu corpo: pálido, nu, febril
[revirou meu relicário de insônias)
. . . veio derramar, no vácuo
um gemido sem eco
um perfume fúnebre
veio, ofertou-me o cálice hálito lúgubre
[beijou minha testa e, em seu colo gelo, fez-me ninar]
sutilmente, disse :::
- durma, meu amante... eis teu último cais
amanha, sem sol em teu horizonte,
, sem calor em tua fronte,
sonharás infinito e o acordar será jamais... !
E, antes que eu cerrasse pálpebras . .
[derramado o sangue visceral]
. inebriada de luxúria,
a puta da escuridão
foi bolinar estrelas na mais exuberante orgia celestial.
(chg)
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
NA PÁGINA, A CENA DO CRIME
quando a vi
agonizava no pálido chão
os transeuntes
da rua branca
vagavam cegos
sem pena, sem tribunal
chegara
a seu ponto final
furtaram-lhe as reticências
sem que lhe coubesse exclamação
no corpo, três marcas, três pontos
na alma, perfuração
agoniza no árido chão
lembrou que já fora conto
estraçalhada, entre traças
fungos, bactérias
letras, vísceras e versos
sua última matéria
agonizava no chão
no calor intenso da barbárie,
ao meio dia...
(em meio a indiferença)
... morria a poesia.
(chg)
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