quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
NA PÁGINA, A CENA DO CRIME
quando a vi
agonizava no pálido chão
os transeuntes
da rua branca
vagavam cegos
sem pena, sem tribunal
chegara
a seu ponto final
furtaram-lhe as reticências
sem que lhe coubesse exclamação
no corpo, três marcas, três pontos
na alma, perfuração
agoniza no árido chão
lembrou que já fora conto
estraçalhada, entre traças
fungos, bactérias
letras, vísceras e versos
sua última matéria
agonizava no chão
no calor intenso da barbárie,
ao meio dia...
(em meio a indiferença)
... morria a poesia.
(chg)
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