não quero distância
não quero que se foda
não quero que morra
quero, apenas, que saboreie o gosto fel de minha mais sádica indiferença.
chg
segunda-feira, 15 de junho de 2015
MAIS UMA DOS MEUS MENINOS - Papai, estou com frieira no pé.
- Vem cá... Deixa eu ver... Não estou vendo nada no seu pé.
- Pai, frieira a gente não vê, a gente sente... Põe uma meia no meu pé
que acaba com o frio dele, acaba com a frieira... Entendeu?
O Pedrinho me sai com cada uma.
chg
(para Gorette Figueiredo, amor da minha vida)
É Dia dos Namorados...
o que dizer que não pareça clichê, que não soe falso ou que não sejam palavras sem um porquê?
o que mostrar que não pareça oportunista, vago ou modista?
o que fazer que não pareça fútil, banal ou batido?
talvez seja melhor
deixar quieto, tranquilo, sereno...
deixar que o sentimento se mostre tímido, calado e sutil...
que se expresse para dentro
na leveza dos nossos sorrisos
na sutileza do toque de nossas mãos
na alegria do abraço conjunto - meu, teu e dos frutos (filhos) desse caminhar lado alado...
um dia prometemos nos amar, amar para sempre... (- Lembras?)
assim tem sido ao longo destes vinte anos de tanto querer, de muito cuidar...
dê-me sua mão e aperte firme, meu amor
saiba: nossa jornada é longa, é bela, é intensa... imensa.
chg
sou um carro desgovernado
um barco a deriva
menino abandonado
sou de tudo um pouco
as vezes, são; outras, louco
e, por ser quase nada,
nado contra a corrente
em direção contraria à manada, sigo em frente
sou habitante do meu corpo
: casa com data de validade
eis meu mundo concreto onde experimento delírio e realidade
e no efêmero tempo da ampulheta metafórica...
a vida inteira é um vil vão conto
semeadura de palavras
colheita em verso, trova e história
meu temporário lar que, um dia, será defunto Eu, escombros de memória