domingo, 17 de fevereiro de 2013
A PONTA DA LINHA DO TEMPO
... será quando:..
..: os cabelos cintilarem o mais robusto novelo de algodão branco...
..: a face contar histórias nas cavidades da carne flácida e grossa...
..: as mãos inquietas tremularem desritmadas em sinfonia de todo cansaço...
..: o músculo ex-viril acusar derrota, expor o frágil tempo macho...
..: o ar vagaroroso e pesado sufocar brônquios e calar o grito... o ar raro...
..: a flor do peito, em descompasso, bater sutil até acomodar-se, findar
... então saberei
num calar perpétuo,
que não mais serei.
(chg)
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
27.01.2013*
eram nuvens
... negras
eram faces
... vermelhas
eram almas
... brancas
eram todos meninos
não amanheceram
e a chuva foi sal
e o sonho foi sol
quente, quente... dissolvendo futuro, gente
na penumbra, ela ria vestida de ganância, algoz da semente...
The Brack Lady: Kiss me, Kiss me, baby...
- Santa Maria, rogai por eles!
(chg) +
ORAÇAO DE TODO QUERER
Deus:
quero algo novo
que seja meu terço
inverso do que fui
reverso do que sou
: quero que seja eu o laço em que me contorço...
quero a linha tênue
para um verbo tosco
degustador do universo
dissipador do consenso
: quero que seja eu ser singular e diverso...
quero assim, simples
vida livre a unir versos
redesenho do meu avesso
víscera do meu reverso
: quero que seja eu todo prosa & verso...
... assim me quero, meu Deus, em mim imerso.
(chg)
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
VELUDO PÚBIS ANIL
.... no pós-chuva,
suplico pelo calor da carne.
mas temo...
pois:
o felino
não gemeu
[ainda que quisesse a fiel cortesã)
a puta
não se vendeu
[ainda que ouvisse a prece pagã)
a virgem
não se benzeu
[ainda que fosse toda afã)
e eu:
singro, sempre, só
no silêncio seda anil
[o frio é meu açoite]
afugento toda tara
e me embriago do cheiro
dos pêlos pubianos da noite.
(chg)
.... no pós-chuva,
suplico pelo calor da carne.
mas temo...
pois:
o felino
não gemeu
[ainda que quisesse a fiel cortesã)
a puta
não se vendeu
[ainda que ouvisse a prece pagã)
a virgem
não se benzeu
[ainda que fosse toda afã)
e eu:
singro, sempre, só
no silêncio seda anil
[o frio é meu açoite]
afugento toda tara
e me embriago do cheiro
dos pêlos pubianos da noite.
(chg)
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