domingo, 9 de junho de 2013

há...
ferrugem correndo na veia
na derme da língua, areia

há...
um mar na íris 
um rio no pênis

há...
uma negra viúva na teia

- eis-me ..:.. tua ceia.

chg
BILIAR

nem queira saber
quão afiada 
é minha língua

E

qual o gosto (cicuta)
de minha saliva

[- Mantenha-se fora de mim...
Jamais entre!]

meu sêmen fluorantimônico
queimará tuas entranhas

minha íris punhal
furará teu ventre oco

em estado de cólera
sou criatura da bílis
um feto louco

chg
meu ser
não mais suporta
profundidades

da margem, seguro
contemplo as águas
as claras, as calmas

o tempo dos mergulhos
é grafia nas páginas amareladas de mim
: sou navegante de calmarias

(ainda que o peito troveje
. . . e a alma relampeje)

chg
FUMO

quando
nada mais existir
por trás da cortina de fumaça

serei bagana

chg
- diga-me:
qual o momento exato
de esvaziar meu "cale-se"..?

(transbordo de tanto vazio)

a lua é cheia
o vinho, seco

eu, ébrio de dúvidas. . .

chg

se estais em mim

(dentro)

não há tua falta
mas a saudade do toque.

chg

basta cerrar os olhos
os lábios desapegarem-se

o silêncio será beijo

sutil
sublime

então
(depois)

todo tempo
toda vida...

... será desejo.

chg

somente a carne
morna . molhada

mata minha fome
.    .    .     de hôme 

chg
CADEIA ALIMENTAR

ao saber-te
               predadora

faço-me presa...

embrenho-me nas floras pubianas

e em fuga, e tara, penetro tuas entranhas


chg

sábado, 1 de junho de 2013

página
pele
onde tatuo
meu sentir, e mundos...

muitos:

tempestades, caos, fantasmas, santos, flores, demônios, amores    (...)    tatuo meus tantos olhares

(Post-Iscriptum: a pele não me serve, posto que é quem primeiro a terra come..., nela, o verbo some)

chg