tenho a nítida impressão de que sou parte pútrida de um parto ...
um feto, inquieto nascituro, gestado no ventre de toda ignorância ...
por entre lábios-vulva-mundo,
tenho contemplado a vida em toda sua extensão cruel
...
tento interpretar todo esse desencantamento mórbido para além das teorias físicas, matemáticas, filosóficas, sociológicas, metafísicas...
...
interpretar não com os olhos de doutores e seus rechonchudos vãos currículos, mas com o olhar de um menino mal educado...
sei, serei parido e abandonado neste chão e-mundo, maternidade caótica de uma surreal dimensão...
colho os dessabores dessas incertezas várias que me atraem para o inevitável desconhecido...
imerso em uma mar de imbecilidade, tomo consciência de mim, das finitudes do existir, e me arrebento na atmosfera carregada de insensibilidades ...
e assim...
morrendo, vou nascendo.
chg