domingo, 29 de março de 2015

Ver-o-peso...

importante
ver-te assim
imponente

Vê-lo teso  .

chg

quarta-feira, 25 de março de 2015

meu corpo é animal domesticado 

ser selvagem de minha alma
acorrentado dentro de mim por veias e artérias 

preso a um músculo que infla (e pulsa)

alimenta-se da carga que percorre meus nervos

é dócil...

porém,
as vezes, 
enfurecido, morde

(o que nos liga é, celestialmente,  umbilical)

chg 

EM TEMPOS DE COXINITE AGUDA II

Um coxinha no engarrafamento:

- agora todo fudido tem um carro... Pedreiro tem carro, manicure tem carro... Até minha empregada comprou uma moto... Porra, o resultado é esse: UM ENGARRAFAMENTO DOS INFERNOS... E eu aqui atrasado para a academia... A culpa disso tudo é do PT, do Lula e da PUTA DA DILMA.

(Não. A culpa não é do governo federal que assegurou poder de compra ao trabalhador, mas do prefeito que tu elegeste, imbecil, que é incompetente e não implementa programas de transporte coletivo, de ampliação da malha viária e de mobilidade urbana. 
Saiba de quem cobrar para não pagar mico, babaca)

chg
EM TEMPOS DE COXINITE AGUDA I

O patriarca de uma família tradicional:
- Eu defendo a ética, a moral e os bons costumes. Sou contra o casamento gay e o homem deve lavar sua honra com sangue. Sou um defensor da família, sigo as palavras da Bíblia!
(Mas não abre mão de burlar a receita federal e nem daquele "adulteriozinho" de vez enquanto, não é? Hipócrita!)

chg

segunda-feira, 23 de março de 2015

não...
não conto palavras
muito menos, meço

só o que o peço ao delírio do meu verso

é que mergulhe fundo em mim... que chegue ao submundo da minha escuridão sem fim

não
não sou rima
tampouco obra prima

meus verbos não caem gota-a-gota, em doces homeopáticas... não obedecem receituários e métricas
                                
o que escrevo não tem cura ...
                                           ... são retratos de minha loucura.

chg
essa redoma de ódio
que afugenta minha mais bela quimera
também desperta
                 liberta
                 toda epifania

esse veste de rei nu
                 simulacro de uma sanidade que há muito partiu
                 torna-me palatável aos cães famintos

há os que creem que sou uma farsa ululante

não.

sou uma força delirante.

chg

quarta-feira, 18 de março de 2015

quinta-feira, 12 de março de 2015

sou  - eternamente -  busca
um desencontrado
                              objeto de carne e pensamento
                                             em um perdidos e achados

                            chg

sopra uma brisa gris
         nesse tempo de nostalgias assassinas
         tempo de ressuscitar o senhor das opressões

a camisa rubra, ainda, adormece, suada, das derradeira batalhas
         o temporal se aproxima
         a saliva que escorre pelos cantos da boca dos cães verborrágicos não nos amedronta, desperta-nos

recompor a vanguarda e empunhar a palavra
         engatilhar os versos e apontar o verbo para toda tentativa de reverso
         entre balas e flores, entre ódios e amores, a utopia que nos impregna de vida

surgem os primeiros raios de sol
        quiça tragam a esperança de erguermos as bandeiras que nos protegem do frio da prisões
        das vendas nos olhos, das mordaças inúteis... socos, choques, paus de arara

a noite foi longa...
                        ... amanheceu
                        ... há luz na vidraça molhada de orvalho
                        luz para afugentar o delírio das sombras, 
                             para reacender nosso sonho de liberdade.

chg
        

quarta-feira, 11 de março de 2015


g o f a r
permito que a alma...

|saciada , ofegante |

... consiga respirar

e s c a r r a r
permito que a alma

| asfixiada , agonizante |
... consiga baldear

amar
: a alma bailando no ar.


chg

sexta-feira, 6 de março de 2015

quando fujo de mim,

ninguém - nem mesmo eu - sei para aonde irei
                                             ou quando voltarei

inútil me procurar

meu corpo é casa abandonada, mal assombrada

um criatório de fantasmas famintos.


chg

quinta-feira, 5 de março de 2015



MENSAGEM RECEBIDA

A distância não os havia separado. Tinham, como aliadas, as mensagens de seus celulares. Faziam planos. Casariam. Ela já havia comprado as alianças para o casamento. As entregaria, pessoalmente, assim que ele retornasse... Todas as noites, esperava a mensagem do amado, brincando com as alianças na palma da mão.

Segunda-feira
05/05 22:30
Mensagem Recebida
"Antes de dormir, n esqueça q contigo sonharei. Te amo"
Getúlio.
[riso...]
Terça-feira
06/05 22:30
Mensagem Recebida
"Antes de dormir, lembre-se q és minha vida. Te amo"
Getúlio.
[riso...]
Quarta-feira
07/05 22:30
Mensagem Recebida
"Antes de dormir, saibas q és o ar q respiro. Te amo"
Getúlio.
[riso...]
Quinta-feira
08/05 22:30
Mensagem Recebida
"Antes de dormir, imagine tds os nossos dias de amor. Te amo"
Getúlio.
[riso...]
Sexta-feira
09/05 22:30
Nenhuma Mensagem Recebida
[silêncio...]
Sábado
10/05 22:30
Nenhuma Mensagem Recebida
[angústia...]
Domingo
11/05 10:30
Mensagem Recebida
- Sou eu... A Ana. Amiga, vc precisa ser forte... O Getúlio
[lágrimas...]
A aliança rolou de sua mão trêmula, cambaleou sobre o lençol órfão e, em desespero, despencou no vazio... Ouviu-se seu tilintar ao beijar o chão... Soluçava...

C.H.Gonçalves

segunda-feira, 2 de março de 2015

assim, sereno, neblino...

umedeço tua pétala morna
com o orvalho de minha saliva

assim, erecto, trovejo ...

ofereço meu néctar da vida
ao calor de tua fenda fêmea

após, 

assim, ofegante, calo...

adormeço no colo da madrugada
em tua pele interna ceda rosa, o Falo

e assim, cúmplices das nossas melhores fraquezas, fitamo-nos - olhos, olhos, brilho.

(as bocas, as pernas, as almas, semiabertas... borboletas prestes a voar) 

chg

domingo, 1 de março de 2015

PAPAGAIO DIGITAL

O face introduziu na política brasileira uma nova espécie de animal: o papagaio digital.
O papagaio digital não consegue ler e nem entender uma postagem de tamanho médio ou grande. Ele apenas compartilha tudo que lhe chega com o intuito de fazer parte de determinado grupo. Atualmente, os papagaios digitais fazem parte dos "indignados da nação".
Estão a serviço da direita reacionária e da imprensa golpista, mesmo sem ter consciência de que estão sendo usados.
Os coxinhas são uma subespécie dos papagaios digitais. Sua característica principal é que são movidos pelo ódio de classe e partidário e não pela ingenuidade da espécie mais pura.
Como identificar o papagaio digital?
Eles não escrevem textos com mais de cinco linhas, apenas compartilham postagens prontas. Suas principais fontes são a Globo, a veja, o revoltados on line e a TV Revolta.

Autor: Carlos Henrique 

Arquiteto e Urbanista