quinta-feira, 12 de março de 2015

sopra uma brisa gris
         nesse tempo de nostalgias assassinas
         tempo de ressuscitar o senhor das opressões

a camisa rubra, ainda, adormece, suada, das derradeira batalhas
         o temporal se aproxima
         a saliva que escorre pelos cantos da boca dos cães verborrágicos não nos amedronta, desperta-nos

recompor a vanguarda e empunhar a palavra
         engatilhar os versos e apontar o verbo para toda tentativa de reverso
         entre balas e flores, entre ódios e amores, a utopia que nos impregna de vida

surgem os primeiros raios de sol
        quiça tragam a esperança de erguermos as bandeiras que nos protegem do frio da prisões
        das vendas nos olhos, das mordaças inúteis... socos, choques, paus de arara

a noite foi longa...
                        ... amanheceu
                        ... há luz na vidraça molhada de orvalho
                        luz para afugentar o delírio das sombras, 
                             para reacender nosso sonho de liberdade.

chg
        

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