sopra uma brisa gris
nesse tempo de nostalgias assassinas
tempo de ressuscitar o senhor das opressões
a camisa rubra, ainda, adormece, suada, das derradeira batalhas
o temporal se aproxima
a saliva que escorre pelos cantos da boca dos cães verborrágicos não nos amedronta, desperta-nos
recompor a vanguarda e empunhar a palavra
engatilhar os versos e apontar o verbo para toda tentativa de reverso
entre balas e flores, entre ódios e amores, a utopia que nos impregna de vida
surgem os primeiros raios de sol
quiça tragam a esperança de erguermos as bandeiras que nos protegem do frio da prisões
das vendas nos olhos, das mordaças inúteis... socos, choques, paus de arara
a noite foi longa...
... amanheceu
... há luz na vidraça molhada de orvalho
luz para afugentar o delírio das sombras,
para reacender nosso sonho de liberdade.
chg
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