a pele tem pesado, é fato.
cada vez menos, desperto o desejo de quem tenho desejo
cada vez menos, minha face atrai lábios que saciem minha sede de beijo
cada vez mais, escondo meu riso por trás dessa carne marcada pelo tempo
cada vez mais, recolho-me em pensamentos sobre minhas andanças e as feridas do vento
bom seria se o tempo - esse martelo impiedoso, de meu corpo, algoz - ao invés de enrugar a minha matéria, a tornasse transparente, límpida, translúcida ...
assim, poderias - amor - contemplar a exuberância de minha alma...
assim, saberias - amor - que o mesmo tempo que me corrói as carnes tem esculpido o que de melhor posso ofertar-te: o que sou.
chg
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