quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

havia um tempo... 

um tempo onde
toda terra era branco árido
toda vida era matéria gris
e todo sentimento era sombra...

naquele tempo
anjos rastejavam
cantos calararam
e estrelas, do céu, despencaram...

não havia cor
não havia som
não havia luz 

até que...

o homem que tateava sonhos
catou no vazio daquele mundo
uma gota de vida

uma lágrima: porção
que despencou dos olhos e inundou o chão
que percorreu a areia e devolveu o cheiro
e que semeou a cor, a luz, o amor...

foi quando percebeu
que era capaz de sorrir
e, pela janela de sua boca, saiu um ser que bailou a sua frente...

era uma borboleta
que dele fizera casulo
que floresceu em seu interior...

hoje, ele traz consigo, tatuada dentro do peito, a imagem da beleza, da deusa,
do anjo que lhe devolvera o brilho dos olhos.

Maria das Dores

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