segunda-feira, 24 de outubro de 2011

VAZANTE

Minha poesia saíra sem esforço...

... no momento certo
como um corpo erecto
não espremerei palavra alguma

No verbo calado, encontrarei refúgio
estágio de torpor e cólera:
um parto sem dor, sem amor

Minha poesia vazará de mim...

... não como rios que correm para o mar
mas como o cuspe do bêbado que,
pendurado à boca, corta o ar

Minha poesia... deixá-la-ei na língua...

... encharcada de vida
fogosa de mundos, de seres desnudos
corpos, sabores, suores...

Em minha poesia...

... cada palavra escorrerá assim:
(in)constante, inquieta
[sem mágoa, sem rancor]
emergirá - amor - das profundezas de minha dor.

CHGonçalVES

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