A puta que pariu
as letras,
cuspiu...
criança sem choro,
dormiu...
... dor não sentiu.
Da jeito que a puta pariu,
a palavra sucumbiu...
em lágrimas, a vida saiu
a metáfora sumiu...
E perguntaram:
Quem chora o filho da puta,
da criatura inculta?
Nenhuma lágrima imputa
à mulher
da vida,
da lida,
da luta...
E disseram:
- Puta poeta?
Porra nenhuma afeta...
- Tinta e caneta?
Coisa alguma resta.
E justificaram:
- Puta
sem exclamação, fodida
sem parágrafo, ferida
sem interrogação, atada
com furor, estuprada...
A Puta que pariu poesia
sem vida, nem harmonia
sem antítese, nem melodia...
é defunto a luz do dia...
Puta Poema
não tem perdão
nem compaixão...
... É corpo no caixão
poesia no oratório
reza sem velório.
CHGonçalVES
Nenhum comentário:
Postar um comentário