terça-feira, 6 de maio de 2014

um dia...

... as marcas do tempo
rasgam a carne
e tocam a alma

e dá vida a uma dor insuportável, incessante...

dor que não dói na pele
dor que rasga o peito
dor que faz gemer sem ruído, sem valsa, sem gemido

ah, inevitável dor...

dor que ninguém vê, ninguém houve...
dor que não tem forma, não tem som, não tem cor

não há analgésico
tampouco cura
só a assintomática febre terminal

então, resta compreender, afinal:

seguir significa aceitar
que somos matéria frágil moldada pelo tempo
que somos prenúncio do pó de um caminhar chamado vida
... somos partículas que se espalham no bailar do vento, velho da lida

assim, cansado e lento, haveremos de ir em frente
... de seguir até o alívio final
... de ir, embalado pela melodia do derradeiro suspiro.

chg

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