meus pés nus, rachados
e suas unhas encardidas...
são inofensivos, calados:
- Não vês?
Escondo-os nas sombras
na penumbra de minha insignificância
sei, teus finos vestidos são armários
escondem os rastros de tua ganância
Aprisiono meu riso, agora sou vulto
um tênue desenho, tímido
assombrado pelo brilho das pratas
pelo grito do cio das gatas
... sou uma lesma, um ser defectível, uma existência acoada...
- Não me olhe nos olhos!... Droga, minha causa está molhada.
Cuidado
não pise em meus pés
não os faça doer
se não sei quem és
não queiras saber
que aprendi a morder.
CHGonçalVES
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