::: lá fora
o céu é veste rubro sangue
acima d'onde a serpente se esconde
rasteira por entre folhas da noturna loucura
nas sombras, as trevas conspiram para minha cura...
::: aqui dentro
- de mim - o monstro sobrevive, contido, adormecido... e se move
- Silêncio! si-lên-cio... deixe-o dormir... não é hora da ceia.
...
::: longe (... muito longe)
a virgem urra ao ter sua carne molhada violada
agitam-se dentro da minha esquálida carcaça
:hemácias, hemoglobinas, vírus...
agora é presa e caça
::: no crânio (... oco/louco)
um fio de música dá-me asas para elevar-me... levar-me
contudo, cego, surdo e louco (não mudo)
sacudo:
- Deixe-me quieto! A virgem já gozara e o silêncio da madrugada basta-me para acorrentar os nervos, afugentar o delicioso desejo de matar, de amar.
CHGonçalVES
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