quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CÁLICE DE PLASMA

::: lá fora
o céu é veste rubro sangue
acima d'onde a serpente se esconde 
rasteira por entre folhas da noturna loucura
nas sombras, as trevas conspiram para minha cura...


::: aqui dentro
- de mim - o monstro sobrevive, contido, adormecido... e se move


- Silêncio! si-lên-cio... deixe-o dormir... não é hora da ceia.


...


::: longe (... muito longe) 
a virgem urra ao ter sua carne molhada violada
agitam-se dentro da minha esquálida carcaça 
:hemácias, hemoglobinas, vírus...
agora é presa e caça 


::: no crânio (... oco/louco) 
um fio de música dá-me asas para elevar-me... levar-me
contudo, cego, surdo e louco (não mudo)
sacudo:


- Deixe-me quieto! A virgem já gozara e o silêncio da madrugada basta-me para acorrentar os nervos, afugentar o delicioso desejo de matar, de amar.


CHGonçalVES

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