sábado, 2 de abril de 2011

CARNE EXPOSTA

Poeta é um homem sem pele...
A vida toca-lhe direto à carne.
Tem olhos formados de lágrimas,
abundantes de palavras...

Na boca, sua língua é órgão inerte;
sua mão labora incansável.

É a faca afiada do olhar intenso que despela o corpo...
È o martelo impiedoso do sofrimento que cresce o coração...
É o cimento da injustiça que petrifica a alma.

Poeta é um homem sem pálpebras...
Sonha, mas não dorme.
Na face, buracos que extravasam alma;
braços esticados em busca do mundo.
Atentos a cada ato;
Em cada vida.

Vai ao fundo de cada ser
Torna uno a vida alheia;
a sua errante.

Poeta...
Faz da dor, amor;
do amor, odor;
do  odor, cor;
da cor, verbo;
do verbo: vida.

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