terça-feira, 4 de janeiro de 2011

100 Melhores do Século 21 {até agora}

A Revista BRAVO selecionou os "100 Melhores do Século 21 {até agora}". Divulgaremos por segmento. Começaremos com cinema.



Cinema

Dez filmes brasileiros fundamentais

1 - Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho (2001).

Para o veterano documentarista, todo indivíduo, diante de uma câmera, torna-se personagem de si mesmo. Em Jogo de Cena, ele radicaliza essa ideia e transita pelo fio tênue que separa a realidade da representação ao misturar relatos de mulheres anônimas com os de atrizes convidadas (Andrea Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra, entre outras), que reinterpretam os mesmos depoimentos. O resultado desse embaralhamento ardiloso e sutil transcende a contundência dos dramas narrados e confunde o espectador, que não consegue identificar quais são os reais protagonistas das histórias.

2 - Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho (2001).

O atormentado André retorna à fazenda da família e enfrenta a tirania do pai e o amor incestuoso por sua irmã. Na adaptação do romance homônimo e densamente poético de Raduan Nassar, o diretor consegue traduzir em linguagem cinematográfica recursos essencialmente literários, transformando sensações em imagens igualmente impactantes. A faceta trágica dessa perversa parábola do filho pródigo ambientada entre imigrantes libaneses no interior do Brasil ganha ainda mais força graças às sólidas atuações de Selton Mello (André) e Raul Cortez (o pai).

3 - Santiago, de João Moreira Salles (2007).

O documentarista João Moreira Salles filmou em 1992 palavras e gestos de Santiago Badariotti, mordomo argentino de personalidade singular que trabalhou por 30 anos na casa de sua família, no Rio de Janeiro. O cineasta retomou o material somente uma década depois e resolveu transformá-lo num filme sobre sua própria relação com Santiago - muitas vezes autoritária - e com o ato de filmá-lo. Nesse corajoso processo de autoexposição, acabou iluminando o lugar incômodo de certa elite social e intelectual brasileira diante do mundo do trabalho e da cultura.

4 - Cidade de Deus, de Fernando Meirelles (2002).

Longa brasileiro de maior repercussão internacional da década, o thriller de Fernando Meirelles, baseado no livro de Paulo Lins, gerou controvérsia por seu retrato da favela como império da violência. Filmado com vigor e competência, reciclando técnicas da TV, da publicidade e do videoclipe, Cidade de Deus incorpora em seu elenco principal atores surgidos nas próprias comunidades pobres do Rio de Janeiro, o que confere à sua dramaturgia autenticidade e frescor inauditos. Por tudo isso, tornou-se uma referência incontornável para outras produções sobre o tema.

5 - Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes (2009).

Da união dos talentos de Ainouz e Gomes, surgiu esse inusitado road movie, em que um geólogo (Irandhir Santos) se aprofunda no sertão para estudar as condições de transposição de um rio. Enquanto filma as pessoas e paisagens com que cruza em seu caminho, o protagonista (que jamais aparece) fala em off sobre a mulher que o abandonou. Do contraponto entre o que se vê e o que se ouve, os diretores constroem um híbrido de ficção e documentário que tira o máximo proveito estético e poético da precariedade das imagens. 

6 - Serras da Desordem, de Andrea Tonacci (2006).

Partindo da história real de um sobrevivente do massacre de uma aldeia indígena, Tonacci se vale de imagens de arquivo e da reencenação do crime para tentar compreender o conflito entre duas culturas.

7 - O Invasor, de Beto Brant (2002).

Um assassino de aluguel chantageia os empresários que o contrataram para matar um terceiro sócio. No filme, as ligações perigosas entre o capital e o crime aparecem em cenas de densidade psicológica e muita ação. 

8 - O Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento (2004).

Meses antes da implosão do presídio do Carandiru, em São Paulo, os detentos recebem equipamentos do diretor para filmar seu próprio cotidiano, revelando a vitalidade do humano sob condições desumanas.
9 - Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky (2001). 
Inspirado no livro autobiográfico de Austregésilo Carrano, o filme narra o drama de um rapaz internado pelo pai num hospício por fumar maconha. Veemente libelo antimanicomial, com atuação visceral de Rodrigo Santoro.
10 - Tropa de Elite 1 e 2, de José Padilha (2007 e 2010).
De modo pouco usual no cinema brasileiro, Padilha aborda o narcotráfico e a corrupção sob a ótica de um policial. Acusados de apostar no maniqueísmo, os filmes atraíram mais de 12 milhões de espectadores. 

Consultores: Cássio Starling Carlos; Ismail Xavier; José Geraldo Couto; Ricardo Calil

Um comentário:

  1. Realmente Tropa de Elite 1 e 2 e Bicho de sete cabeças são ótimos Filmes os outros ainda não tive a oportunidade de assisti-los

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