domingo, 3 de junho de 2012

O S I L Ê N C I O DOS F U R A C Õ E S . . .

corrói-me a covardia sedutora que impede o falar
sabendo que há tanto represado em meu peito
e que'u não sucumbo às fragilidades do calar
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dói essa boca deserta se meu ar é rarefeito
quisera em agonia rasgar minhas carnes 
jorrar na tez hipócrita o verbo perfeito
.....................................................
mas se, por dentro, sou tempestade
e enquanto essa língua flácida jaz
por dentro, eis-me mediocridade
.............................................
chão estéreo do crânio é jazigo
onde floresce o músculo mole
de meu cemitério, vos digo:
.......................................
sou a fiel imagem daquele 
que após verter o líquido
é nervo, curvas e pele
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assim sou se calo
a rosa sem cor
sem perfume
sem o talo
.............
contudo
colibri
mudo
.......
.....
... (que não canta, mas voa, libre)
.

CHGonçalves

Um comentário:

  1. Nossa!! Fonte de beber... Maravilhoso! ... Sentia falta de lê-lo, Poeta Carlos Henrique...!
    O ritmo e profundidade da sua Poesia tira-me o ar... A melodia, o compasso é perfeito.
    Bravo!
    Um grande abraço fraterno, Poeta!

    Karla Mello

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