segunda-feira, 4 de junho de 2012

O VELHO E O ANJO

... e o corpo pequenino
tinge a madeira branca 
caixa fúnebre de dormir
: é quando a vida estanca ...

... chorou: caíra sua asa
que acabara de brotar
não aprendera a sorrir
apenas sonhava voar ...

... quando morre o anjo
a antinatureza impera
só as lágrimas brincam
a terra sorri: o espera

... ao lado um ancião
a vida escrita em rugas
em calos em sua mão
em mil buscas e fugas ...

... acima, no plano invisível
o velho bebe o choro fel
o tempo daquela criança
agora, passarinho no céu ...

... um cumpriu sua missão
o outro, vaga-lume na escuridão ...

... e segue, frio, o anjo, nas sombras da procissão.

CHGonçalVES

Nenhum comentário:

Postar um comentário