O VELHO E O ANJO
... e o corpo pequenino
tinge a madeira branca
caixa fúnebre de dormir
: é quando a vida estanca ...
... chorou: caíra sua asa
que acabara de brotar
não aprendera a sorrir
apenas sonhava voar ...
... quando morre o anjo
a antinatureza impera
só as lágrimas brincam
a terra sorri: o espera
... ao lado um ancião
a vida escrita em rugas
em calos em sua mão
em mil buscas e fugas ...
... acima, no plano invisível
o velho bebe o choro fel
o tempo daquela criança
agora, passarinho no céu ...
... um cumpriu sua missão
o outro, vaga-lume na escuridão ...
... e segue, frio, o anjo, nas sombras da procissão.
CHGonçalVES
Nenhum comentário:
Postar um comentário