Ainda que me furassem os olhos
deixassem-me às escuras
o mundo em cores enxergaria
em sons, cheiros, texturas...
E se tudo me furtassem
ainda assim veria o mundo
o meu, o teu, o deles
em meu seio fecundo...
Por dentro
no leito,
um coração
esse que, ora, ecoa
galopa selvagem no peito...
E minh'alma errante soa
antes de partir
a tatear flores
nessa escuridão
desse corpo de dormir...
C.H.Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário