O Arauto expeli sua derradeira fala...
Há um silêncio infinito, inquietante;
instigante instante...
Paira no ar o eterno,
porém mórbido adeus...
Solitária, a lágrima desce da face pálida do artista
e inunda o frio chão da arte agonizante;
solo estéreo...
[lápide onde não mais ecoarão aplausos]
Cortinas, feito pálpebras, fecham-se:
borboletas errantes...
[criaturas aprisionadas por deuses sagrados]
Calaram-se as palmas;
adormeceram os bravos...
Naquela noite,
o teatro estava mudo,
o mundo surdo, e
o Deus cego.
C.H.Gonçalves
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