segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A MORTE DE UM TEATRO

O Arauto expeli sua derradeira fala...
Há um silêncio infinito, inquietante;
instigante instante...

Paira no ar o eterno,
porém mórbido adeus...

Solitária, a lágrima desce da face pálida do artista
e inunda o frio chão da arte agonizante;
solo estéreo...
[lápide onde não mais ecoarão aplausos]

Cortinas, feito pálpebras, fecham-se:
borboletas errantes...
[criaturas aprisionadas por deuses sagrados]

Calaram-se as palmas;
adormeceram os bravos...

Naquela noite,
o teatro estava mudo,
o mundo surdo, e
o Deus cego.

C.H.Gonçalves

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