terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

15 Contículos (síntese de contos)

N° 1‎
- porcos não dirigem automóveis meu filho!
- mas, pai, e aqueles que jogam lixo pela janela do carro?
- tens razão... alguns dirigem.
C.H.Gonçalves

N° 2
- papai, estou cansado de ouvir o que você fala. Não entendo nada... Fale, por favor, em criancês.
É uma chatice, o adultês, admito.
C.H.Gonçalves
N° 3
- Estava quente dentro; aqui fora, frio!
- Dentro da loja, filho?
- Não, de mim... Sabe aquela menina que gosto? Ela estava ao meu lado. 
Ele cresceu. 
C.H.Gonçalve
N° 4
- papai, por que quando você joga futebol se bate todo? É por que você é fraquinho? Amanhã, antes do futebol, faço um mingau pra você. 
C.H.Gonçalves
N° 5
Veio pulando como o grilo fugindo gato... 
- papai estou feliz, me leva para passear! 
- O que é felicidade? 
- Meus pulinhos, ora. 
C.H.Gonçalves
N° 6
- Na sala chique, ele deu uma cambalhota... 
- Hen-ri-que! (quando mãe separa o nome em sílabas, é bronca) 
Sentou e fingiu que não era com ele. 
C.H.Gonçalves

N° 7
Atravessei a rua distraído... vavavavava... Voaram os pombos... 
- pai, você acabou com o engarrafamento de pombos. 
C.H.Gonçalves
N° 8
- Te amo, pai!
- o que é amor, filho?
 - uma coceirinha que dá no meu coração. 
Fiquei sem palavras, e com olhos molhados. 
C.H.Gonçalves

N° 9
E Pedro, do banheiro, gritou:
- papai, meu cocozinho está magoado.
É verdade... Chorou tanto que se derreteu em lágrimas.
C.H.Gonçalves

N° 10
Arrotou alto, bem ao meu lado... Dei um olhar de repreensão... 
- viste como bateu alto meu coração, pai? 
Aprendi a rir sem mexer os lábios. 
C.H.Gonçalves
N° 11
- sua mãe e eu precisamos namorar, manter vivo o amor. 
- pai, sem eu e o mano o amor não é completo.
Jantaram juntos no Dia dos Namorados. 
C.H.Gonçalves

N° 12
- amanhã passo na tua casa para comer a galinha da tua mãe!
Até hoje não entendeu por que terminaram a amizade de anos. Adorava a galinha ao molho pardo que a mãe do amigo preparava tão bem.
C.H.Gonçalves

N° 13
Da janela, Gabriel perguntou:
- Que animal tem duas cabeças, pai?
- Não sei.
- Cachorro, ora...
Pouca vergonha o que esses animais fazem na rua.
C.H.Gonçalves



N° 14
- Não, mãe... Não é essa a cueca que eu quero... Eu quero a cueca-box.
- Cueca-box, Pedro?
- Sim, aquela que tem uma parte em cima e outra em baixo, igual a cama-box.
Por que temos tanta dificuldade em mergulhar na imaginação infantil?
C.H.Gonçalves




N° 15
Gabriel, com meu livro "A cor do Invisível", de Mário Quintana, à mão, conversava com seu irmão, Pedrinho. 
- Pedro, veja!... Os poemas do Mário Quintana são parecidos com você: pequenos e bonitinhos.
As poesias de Quintana são almas de criança: simples, puras e, ludicamente, profundas.
C.H.Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário