terça-feira, 7 de agosto de 2012

MINHA PENA: ABSOLVIÇÃO
não me condenes...

pelo egoísmo desse sentimento
. . . desse querer exclusivo
por esse sentir quente . . .
[raro, raso, incessante]

não me condenes...


. . . sou réu, um delinqüente
. . . d'um delito pra mim vital
alimento, de minh'alma, recorrente

não me forces
: a matar minha flor rosa rubra
: pétalas sangue que adornam o peito
e não seques meus cristais liqüefeitos

[... lascivas que lavam o ocre íris perfeito...]

e não me forjes
eis que, na língua, evapora
o derradeiro beijo tinto
sorvido pelo beiço faminto

: condenado, eis-me

que assim seja
pago meu crime
: amar-te assim:
imenso,
... imerso em ti...
disperso de mim

que assim seja
[pacto indecente]
condeno-me a reclusão em ti
em teu hálito cereja
de veredicto: inocente!

... se assim desejas.

CHGonçalVES

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