não me condenes...
pelo egoísmo desse sentimento
. . . desse querer exclusivo
por esse sentir quente . . .
[raro, raso, incessante]
não me condenes...
. . . sou réu, um delinqüente
. . . d'um delito pra mim vital
alimento, de minh'alma, recorrente
não me forces
: a matar minha flor rosa rubra
: pétalas sangue que adornam o peito
e não seques meus cristais liqüefeitos
[... lascivas que lavam o ocre íris perfeito...]
e não me forjes
eis que, na língua, evapora
o derradeiro beijo tinto
sorvido pelo beiço faminto
: condenado, eis-me
que assim seja
pago meu crime
: amar-te assim:
imenso,
... imerso em ti...
disperso de mim
que assim seja
[pacto indecente]
condeno-me a reclusão em ti
em teu hálito cereja
de veredicto: inocente!
... se assim desejas.
CHGonçalVES
Nenhum comentário:
Postar um comentário