sexta-feira, 15 de julho de 2011

NO INÍCIO ERAM LÁGRIMAS

(dedicado a Soninha Porto)

- Quê poema lindo... Onde você esteve, poeta? - Ela perguntou.

- Dentro de mim. Durante quarenta anos, estive preso em mim... Quando meu pai abriu a porta para subir aos céus, aproveitei e fugi para pedir que ficasse... Não consegui... Então retornei a porta. Ela estava fechada (foram as asas de meu pai que, sem querer, as fecharam)... Minha porta estava trancada... Feito criança, chorei. As lágrimas viraram palavras; e palavras poemas... Estou preso para fora... Agora, grito o que sentia por dentro... Solto o verbo para ver se minh’alma - o que restou dela - vem abrir a porta do meu corpo para eu entrar e descansar. Eternamente. - respondi.

E foi assim... Simples assim.

C.H.Gonçalves

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