Com lata, pincel e tintas
como à página de papel
Nico com idéias bonitas
desejou tingir o céu
Ele sonhou pintar um rio
que em arco cortasse o ar
como a pipa segura ao fio
que corresse feliz pru mar
Mas sua altura era pouca
nem com escada alcançou
preencheu de tinta a boca
com espirro forte a lançou
Encheu de cores a vida
e enfermo caiu no leito
e fizeram nele ferida
quando negaram seu feito
Viu uma lágrima sem cor
e um mundo quase cego
sua existência sem sabor
a luz da insensatez, o ego
Cerrou seus olhos, sentiu
que o cegara a cor do céu
Dalto Nico, o mundo viu
vestido de um cinza véu.
C.H.Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário