Micropoema I
m
cobrir minha carne quente
com tua seda áurea rosa
é mastigar a flor, enfiar o dente
lamber a boca fogosa
m
m
mIcropoema II
i
parabrisa cemitério:
foi sua última viagem;
sem muito mistério,
abandonou a paisagem...
i
i
miCropoema III
c
A língua estática na boca;
o líquido plásmico contido;
vontade suicida, louca...
de engolir o néctar proibido.
c
c
MicRopoemas IV
r
postulava o melhor futuro
enquant’um colibri beijava,
parado em cima do muro,
gotas da derradeira chuva...
r
r
MicrOpoema V
o
no ferro velho,
o idoso caminhão
parecia um cachorro
a definhar no chão...
o
o MicroPoema VI
p
palavra bruta;
matéria prima...
faca apontada
para o ventre de minha rima.
P
p MicropOema VII
o
o instante de eternidade
é quando a vida derrama
do cálice de fertilidade
e vai à boca de quem ama
o
o
MicropoEma VIII
e
bateu suave;
sem harmonia,
fim da borboleta,
ao meio dia...
e
e MicropoeMa IX
m
minha saudade recente
da lembrança-delírio causada
D’um amor eterno presente
no útero d’uma paixão passada
m
m
MicropoemA X
a
na escaldante estrada,
antes do ponto final,
a carreta que passava,
fazia cara de mal.
a
a
MicropoemaS XI
s
quê silêncio é esse?
sempre cala e acalma
este vazio que escorre
do buraco dess’alma...
s
s.
C.H.Gonçalves
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