ensurdece minha razão
faz chover os olhos
anoitecer-me por dentro
nessa agonia, não tardarei
posto que és...
água quanto estou deserto
brisa se sou calor
pão se estou faminto
as palavras, cárceres de minha garganta, gangrenam
as mãos, estéreis de escritas, enrijecem
a alma, inundada de pranto, escurece
apego-me a fé em teus lábios que hão de tocar minha face e devolver-me o dom de sonhar
uma palavra
um beijo
por misericórdia
(ainda que minha tez esteja rígida, pálida e fria)
chg
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