...
caminhava para trás
nas costas, um saco de seda bordado à mão
colhia histórias passadas - as suas
via pela canto dos olhos - e somente por eles
nada que estava a sua frente enxergava
sons, ruídos, luzes fortes o perturbavam
era carne e osso, ... não tinha sombra
alimentava-se das sobras do que pisava
exala perfume e chorume
produtos dos fragmentos do que vivera
não temia a morte
a dama de preto o havia esquecido
tinha sono, mas não conseguia dormir
deitava no chão
e contemplava o céu
e suas cores
e sua formas
infinitamente
caminhava para trás...
buscava um mar onde havia se banhado
um azul intenso que se misturava ao vento
buscava o que havia perdido
buscava o tempo.
(caminhava para trás, ... para sempre)
chg
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