sexta-feira, 29 de março de 2013
UM PONTO DE CHUVA NA LINHA DA VIDA
Em tênue linha...
no meu relicário
guardo tuas pegadas
impressas na areia da alma
pela chuva, apagadas
ficou o gosto do beijo que não fôra
do toque que não acontecera
foi quando anoiteceu...
O que fomos
[ou não fomos]
está grafado nas artérias
são sonetos que dizem algo...
Algo sobre
: o que somos
[o que nos tornamos pelas mãos do tempo]
: o que haveremos de ser
ou...
simplesmente
algo que se perdeu
mas que não arrefeceu
[que tremula pela ação do vento]
e, então, anoiteceu...
Ainda chove em minha face
e traz algo só meu
[...e só teu]
algo bom, que alimenta
[... e é sonho]
Na minha linha
há algo que não foi, que, ainda, é
há uma dolorida saudade do que não vivemos...
Algo que mexe
remexe, e me amolece
... e por se tanto, e forte
talvez seja melhor deixar quieto
deixar que seja apenas algo, eterno...
... como a chuva que banha a noite
como os beijos inocentes que se perdem ao entardecer...
anoiteceu.
(chg)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário