sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A CÓPULA DOS ASTROS

E
... quando a viu:

seu coração avolumou-se
e se pôs a crescer
(incessante ser)

e, imenso, fez-se sol
iluminado a escuridão: luz, fogo, paixão

e queimou a carne
pulsou o músculo vão
foi líquido, rio em profusão

e brava correnteza
inflou veias e artérias
corpos, massas, matérias

e fez suar, fez cegar
decretou o fim do amar
prenúncio do derradeiro luar

Não viu...

não viu que o astro rei
em sua fúria paixão
destroçou a alma-lua feito furacão

e a aura-branda-brisa
dama vestida de seda fina
apequenou-se, cerrou retina

e já não era templo do ser
era partícula a bailar no ar
átomo do que fora o amar

e recordou dos tempos idos
quando era equilíbrio de seres
harmonia, suavidade das cores

e no ápice do eclipse
desejou que não fosse total
suplicou ao sol paixão: - Cesse o beijo fatal!

...

no infinito universo vil
era uma vez uma lua de nome amor
que se encantou por um sol paixão
e num eclipse que nunca se viu
instalou- se a escuridão

eternamente sutil ...



chg

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