quarta-feira, 8 de junho de 2011

FERA

De tocaia,
pela pele [plástica]
lisa
transparente
minh'alma [elástica]
espreita-te...

... Suga teu ar
inala teu cio
que vaza líquidos
[da fêmea molhada]
que me invade inteiro
faz, da sede, um rio...

Dos poros [arregaçados]
latentes
vicejantes [extasiados]
a alma
se espalha
agarra, envolve, amarra
o ser da tara...

e clama...
e come...
e ama.

depois... [ofegante]
repousa
em tua cama.

C.H.Gonçalves

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