há que me rasgar as carnes arrebentar meus músculos derramar minha alma para saberes o que sou
há que me escavar o peito romper as artérias beber meu sangue para saberes o que sou
há que me furar os olhos lamber as lágrimas morder meu falo para saberes o que sou
há que me matar para saberes o que fui...
chg
poesia... é uma rede na varanda da página onde me e m b a l o em vigília.
chg
paixão: ...
é
... como se lambesse meu coração.
chg
há dias que estou sapo; ... os outros, mosquitos
aproxime-se e te engulo...
pulo pulo puto
chg
sou noventa e nove porcento amor; um porcento, ódio. ...
quando um porcento explode , foge!... ou te fode sou cem porcento violência ... (eis minha freqüência) chg
quando , da lágrima, o sal dá de... ... arder
: saudade .
c h g
quando o peito trovejar será, então, tarde demais não verás, jamais, minha face chover
... serei inverno , intermitentemente...; a primavera, utopia.
(o último beija-flor partiu)
chg
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somos carne e osso
(... e alma)
não somos constituídos de séries binárias
somos versos e não 0101101010101010
morremos ... , não somos deletados.
chg
leve-me, levo-te.
(leves, leves...)
chg
... se sei tão pouco de mim, como posso orgulhar-me do que sou... Sou uma existência em permanente descoberta, aberta ao mundo, às pessoas... Dentro de mim, há um universo a ser desnudado; um mundo que não cabe em mil livros. Mas que se revela no meu olhar mais sincero. chg
o espelho traíra Narciso...
já não havia reflexo perdeu seu aço o mundo ficou nu o belo partira
agora, ... a imagem é linha (horizonte distante)
... a vida é vidro ... a vaidade, defunto
(o tempo acendeu tua primeira vela... durma.)
chg
mergulhado em mim...
(na mais exuberante profundeza)
... a vida parece ser um instante : uma faísca : um sopro (inconseqüente)
... partícula na mão de Deus . (o temporal se aproxima...)
chg
meus versos... i n s t á v e i s na madruga, uivam i n s a n o s
ora, uniVersos ora, perVersos
c h g
há coisas que nos implodem.
(y mi ojos, rubros...)
chg
leia meus olhos...
perceberás que estou ausente fugi para te procurar...
... e me perdi.
(deixei que os ratos tomassem conta de meu corpo frio)
c h g
caio na real
e
ergo-me. . .
após,
mergulho-me. . .
(profundezas abissais de mim)
chg
É.
não se escolhe, ocorre - inesperadamente - como o homem dourado de mar a contemplar seus azuis
é assim...
não se escolhe, vem, invade - brutalmente - como a roupa que se encharca de chuva a desvendar corpos-fêmeas nus
bem assim...
não se escolhe, chega, sacode - inconseqüentemente - como o frio no pescoço no toque da língua a arreganhar poros, sutil desejo
assim sublimemente como o primeiro beijo.
chg
moro em mim.
sou alma de uma casa singela , de uma cidade que não amanhece...
em minhas infinitudes noturnas , milhares de espíritos vagam errantes...
... sou, de mim, um solitário viajante.
(homem nu que não perdeu o dom de sonhar com sua primeira aurora...)
chg
sábado, 12 de outubro de 2013
tantas (e tentadoras) as estradas que nos separam
segura minha mão aperta bem firme ... te guiarei
(iluminada nossa estrada pelo brilho dos teus olhos, iremos) do caminhar, quando cansares, te carregarei e, então, haverá uma única estrada, sem encruzilhadas
seguiremos... longe, muito longe até adormecermos...
... definitivamente
... lado a lado
... as mãos dadas.
chg
quando tua flor ,carne e pêlos, molha, a hora é chegada ...
... momento de penetrar, com meu punhal músculo, másculo, tua fenda encharcada
fazer vazar teu líquido em sussurro e gemido no fio da lâmina da libido até que os corpos, arfantes, tremulem na tempestade do gozo intenso... então, seremos ser único, radiante, latejante, imenso
...após ,
nossa síntese: brilho, na retina; riso, nos lábios... lá fora, ainda caem, sublimes, as lágrimas da chuva fina.
chg
BREVE TESE SOBRE A VIDA E A MORTE
de repente, não és .
chg
quando pequenino na mesa, brincava viajava pelo espaço
a nave era o pão a laranja, a terra
- a galáxia?
: farinha láctea.
chg
e se eu morrer, e n t e r r e m-me no âmago de um livro.
chg
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
AO DEUS TEMPO, AO CEU AZUL
... o tempo - insano - fizera caminhos paralelos (dois, onde seria um; um fio, dois elos)
num caminhar simultâneo sempre a desejara; sempre a desejaria (clamor pelo tocar efêmero, filho da utopia)
duas linhas infinitas costuradas por sentimento (feito palmas das mãos, em juramento)
corpos abertos almas expostas, vida (fenda na matéria, sutilmente, adormecida)
quisera fazer da via dupla caminho único passagem lírica, lúdica, onírica (trilha de flores, passarinhos, peixes multicores)
... então, com ela, desejara passear de bicicleta, livres, entre risos e olhares, e mergulhar, de cabeça, no sol poente...
tempo...
chg
- beija abraça ama retenha-me! (teus olhos, meus olhos corpos arfantes ) ... dize-me (em sussurros) no prenúncio dos gemidos na margem dos ouvidos dize-me que me amas ... dize-me e morro de morte feliz findo-me de tanto querer. chg
sábado, 5 de outubro de 2013
Minúsculas Crônicas de um Quase Fiscal da SEFA.
... foi então que a fiscal da prova começou a chamar as pessoas - pelo nome - para entregar o cartão resposta. ... E, depois de alguns nomes, chamou: Jesus de Nazaré Dos Santos! Ninguém respondeu. Ele não estava entre nós. Pensei: se só Jesus salva e ele faltou,eu estou perdido.
chg
Minúsculas Crônicas de um Quase Fiscal da SEFA.
... para passar em um concurso público concorrido é preciso muito estudo e uma dose de sorte. Não deixa de ser uma loteria, eu sei... Agora, pegar o cartão de resposta e começar a marcar como se fosse um bilhete lotérico é um abuso.
chg
Minúsculas Crônicas de um Quase Fiscal da SEFA.
Pela média etária dos concorrentes que fizeram prova na mesma sala que eu. deduzo que as pessoas não querem um cargo de fiscal; querem uma aposentadoria pomposa.
chg
Minúsculas Crônicas de um Quase Fiscal da SEFA.
... dois dias de provas... ... uma hora para terminar tudo... .... a cabeça inchada, as idéias confusas... ... deliro e começo a ouvir "aquela nuvem que passa", do Gilliard... Isso mesmo: Gi-lli-ar-de... ... alivio... a fiscal pegou um celular de dentro de um saquinho e o desligou...
(... mentalmente cantarolo: ... lá em cima, sou eu...)
chg
Minúsculas Crônicas de um Quase Fiscal da SEFA.
... Toda quinta-feira, eu gazetava aula do curso preparatório para o concurso da SEFA para ir jogar futebol (jogar futebol, para mim, é mais importante do que ganhar 8 mil por mês). Este ano já fiz 113 gols. - o que isso tem a ver com o concurso da SEFA? Simples: se eu tiver a mesma sorte com chutes que tive no futebol na prova do concurso, serei aprovado. - gooooool.
chg
um dia, vais me procurar
(terei partido.)
nesse dia, por mim, vais chorar
como choro todo dia. (terei sorrido)
chg
REPENTINAMENTE
como se não existisse tempo...
como se a vida fosse um separar de lábios...
(um piscar de olhos)
... e tudo, novamente, vem à tona com a mesma sede com a mesma fome
ah, sentimento impertinente que não se cala, que não some
(teimas em me assombrar... Depois, acalenta, e faz sonhar)
... é como se, na vida, somente me coubesse amar.
chg
não sou poeta sou pessoa
não sou palavra sou ser que ressoa
(minha escrita é religião, é carne, é reza, é pão)
não sou poeta sou pulsação
sou profeta
prego o calor das profundezas do coração.
chg
se não estais...
resta-me cuidar do jardim e me confessar para os colibris.
chg
teus fantasmas não hão de me afugentar
posto que tenho: ... o corpo fechado ... a alma ungida do mais puro sentir. chg
dia após dia chorava sofria
um dia morreu sorria... ia.
chg
de tão repleto sua poesia adormecia...
agora, vago seus versos acordaram perdidos, ... berravam.