da vida, um dia, saio
não há dúvida
mas a dádiva
moldada a mão,
a cidade, segue
e suas frias paredes, suadas vias,
e meus passos...
e meus rastros
tantas histórias vividas...
sim, vi vidas
e as saboreei.
CHG
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
... O PRESENTE TARDOU, MAS VEIO
e veio do céu
veio em gotas
sem o Véio Noel
veio aos montes
do sul para o norte
veio com o vento forte
[nada mau, jogo de bola... é natal]
eu e meus meninos
meu presente
: e eu brinquei
eu e meus meninos
na chuva do nascimento...
no natal.
CHG
veio em gotas
sem o Véio Noel
veio aos montes
do sul para o norte
veio com o vento forte
[nada mau, jogo de bola... é natal]
eu e meus meninos
meu presente
: e eu brinquei
eu e meus meninos
na chuva do nascimento...
no natal.
CHG
GRÃO NA AREIA
(para meus meninos)
... e a areia marca o passo
faz pegada, o menino
na areia molda um pé
vive o sonho em cada traço
é a lida do menino
... a mão que corta a areia
em solo, a vida corre livre,
da brisa faz-se a teia
desenhos, outros mundos
cantiga verdadeira
... refaz-se a vida inteira
entre o náufrago e a sereia
: se ser adulto é coisa séria
todo menino é brincadeira.
chg
... e a areia marca o passo
faz pegada, o menino
na areia molda um pé
vive o sonho em cada traço
é a lida do menino
... a mão que corta a areia
em solo, a vida corre livre,
da brisa faz-se a teia
desenhos, outros mundos
cantiga verdadeira
... refaz-se a vida inteira
entre o náufrago e a sereia
: se ser adulto é coisa séria
todo menino é brincadeira.
chg
TEMPO DE NASCER (inspirado pelo poema "Uma outra primavera, de Renato Torres)
é natal
e o menino
que mora em mim
[... e não teme o escuro]
no quarto passado
da casa da memória
espera seu presente futuro.
CHGonçalVES
e o menino
que mora em mim
[... e não teme o escuro]
no quarto passado
da casa da memória
espera seu presente futuro.
CHGonçalVES
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
A LABUTA DOS SONHADORES
dois seres
[humanos]
trabalham
: os operários
: os poetas ...
um constrói riqueza
[menos a sua]
...
outro constrói beleza
[inclusive a sua]
força, sentimento e fé...
: inventores de sonhos e de formas de amar
... os demais seres
: comerciantes, vendedores, gananciosos.
: coveiros de sonhos incapazes de amar.
CHGonçalVES
[humanos]
trabalham
: os operários
: os poetas ...
um constrói riqueza
[menos a sua]
...
outro constrói beleza
[inclusive a sua]
força, sentimento e fé...
: inventores de sonhos e de formas de amar
... os demais seres
: comerciantes, vendedores, gananciosos.
: coveiros de sonhos incapazes de amar.
CHGonçalVES
(in)VERDADES
sufocados, angustiados
entre dúvidas, dúvidas...
e
ela chega
põe-se a nossa frente
... e ri, e encanta
... e seu riso, seduz
... e sucumbimos
e caímos ...
[escravos do seu leito
adúltero
efemeramente, amamos]
- Falacias!
[: os fortes
- somente estes -
resistem]
ah, dama do superficial
por mais bela que sejas
tens pernas curtas
- É mentira, Mentira?
CHGonçalVES
entre dúvidas, dúvidas...
e
ela chega
põe-se a nossa frente
... e ri, e encanta
... e seu riso, seduz
... e sucumbimos
e caímos ...
[escravos do seu leito
adúltero
efemeramente, amamos]
- Falacias!
[: os fortes
- somente estes -
resistem]
ah, dama do superficial
por mais bela que sejas
tens pernas curtas
- É mentira, Mentira?
CHGonçalVES
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
NOITE FELIZ
luzes coloridas
tingem, num pisca-pisca
a cidade que encanta a noite
...
pessoas excitadas
desenham caos com um corre-corre
de desejos vestidos de presentes
...
sonhos meninos
povoam a vida, em pula-pula
criam asas em busca do velho de vermelho
(Há um cheiro de ceia no ar... Há um hálito de festa no luar...)
dizem que é natal,
de certo, é natal...
é noite feliz.
: mas a criança chora
e seu choro ecoa
e espalha a fome
: um canto de desesperança
e Dizem que é natal,
de certo, é natal...
é noite feliz.
: mas a puta chora
e seu gemido cala
e derrama a dor
: um rito de desesperança
ainda, dizem que é natal,
de certo, é natal...
é noite feliz.
: mas o bêbado chora
e derrama sua última dose
: um lamento de despedida
é natal, é noite feliz...
...
Bêbado: ele vem, meu filho!
Puta: cala boca, seu imundo, deixe-o dormir.
O velho de vermelho esquecera aquela família... e a criança não mais chora, nem sente frio, nem sente fome...
... para ela: É noite feliz.
CHGonçalVES
http://www.youtube.com/watch?v=32YLkdk7-6U&feature=related
MICHAEL BOLTON - SILENT NIGHT (LIVE)
www.youtube.com
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
A SINA DO PEÃO E O SONHO DO PIÃO
...e o menino brincava
e jogava pião...
não queria ser peão
... sonhava ser artista
rodopiava na palma da mão, o pião...
não queria ser peão
no frio sujo chão
girando, escrevia sonhos...
não queria ser peão
... na construção
o pai morrerá, coberto pelo frio chão
fora peão e ele não queria ser peão
... sorria vendo
na mão, o pião luzir
chorava vendo,
no chão, o peão partir...
queria ser poeta.
CHGonçalVES
... e o menino que jogava pião não queria ser peão, sonhava ser poeta, giro a giro, rodopiava na palma da mão, o pião... era artista, no frio sujo chão, escrevia um futuro ... e não queria ser peão... ... na construção, o pai morrerá, coberto pelo frio chão, fora peão... e ele não queria ser peão... ... sorria vendo, na mão, o pião luzir; chorava vendo, no chão, o peão partir. CHG
GIRA SONHO
pequenina mão
enrola, puxa o fio
arremessa pião
... e roda, e gira
e rodopia no chão ...
liberta o sonho
alimenta a vida
... e o menino tem fome
e a sede de um rio ...
tomba pião
riso no chão
É o sonho por um fio.
CHGonçalVES
enrola, puxa o fio
arremessa pião
... e roda, e gira
e rodopia no chão ...
liberta o sonho
alimenta a vida
... e o menino tem fome
e a sede de um rio ...
tomba pião
riso no chão
É o sonho por um fio.
CHGonçalVES
ALMA A BEIRA-MAR
... afugentei de mim
fantasmas da minha dor.
: tornei-me uma casa
refúgio multicor a beira-mar...
e lá,
onde a brisa - azul- seduz
minha branca cortina
e a faz bailar...
... lá,
o amor será
gota de sal
grão de areia...
... em minha sala de estar.
CHGonçalVES
fantasmas da minha dor.
: tornei-me uma casa
refúgio multicor a beira-mar...
e lá,
onde a brisa - azul- seduz
minha branca cortina
e a faz bailar...
... lá,
o amor será
gota de sal
grão de areia...
... em minha sala de estar.
CHGonçalVES
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
REMÉDIO DE AMAR
aparei
na goteira
de meus olhos
um frasco de lágrimas
pingue-as em teu coração
quando a saudade apertar
tua cede de amar
elas saciarão.
: válidas até o próximo verão.
CHGonçalVES
na goteira
de meus olhos
um frasco de lágrimas
pingue-as em teu coração
quando a saudade apertar
tua cede de amar
elas saciarão.
: válidas até o próximo verão.
CHGonçalVES
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
SUBLIMAÇÕES
acima
os olhos evitavam-se
[fugiam]
... silenciosamente ...
abaixo
as pernas enamoravam-se
[roçavam]
... sutilmente ...
com a cumplicidade da mesa
os amantes amavam-se ...
... sublimemente.
CHGonçalVES
os olhos evitavam-se
[fugiam]
... silenciosamente ...
abaixo
as pernas enamoravam-se
[roçavam]
... sutilmente ...
com a cumplicidade da mesa
os amantes amavam-se ...
... sublimemente.
CHGonçalVES
PAISAGEM INCOLOR DA DOR
... bem longe
vejo tua imagem
sorrindo, chorando
sumindo na paisagem...
bem longe
meu sonho na paisagem...
resta-me da vida
retalhos em tons de cinza
: uma pálida miragem.
CHGonçalVES
vejo tua imagem
sorrindo, chorando
sumindo na paisagem...
bem longe
meu sonho na paisagem...
resta-me da vida
retalhos em tons de cinza
: uma pálida miragem.
CHGonçalVES
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